quinta-feira, 29 de maio de 2008

Crônica

Mães solteiras e pais coelhos


Uma família tradicional pode ser considerada aquela que toma café, almoça e janta reunida na mesa todos os dias; que tem as regras severas ditadas pelo pai, o aconchego infindo proporcionado pela mãe e a obediência exemplar mostrada pelos filhos. É também aquela que só come fora nos domingos e feriados, quando a empregada doméstica não está presente pra dar conta de tudo. E, além disso, é uma família discreta, aparentemente correta e feliz. Mas a minha não é bem assim. Como a maioria das famílias de hoje também não é. Para muitas delas, fazer as refeições fora de casa, então, é um hábito corriqueiro, assim como tomar banho. E as regras não são tão claras, cada um meio que faz a sua. Aconchego de mãe é muito pouco, já que ela trabalha bastante, só chega em casa após as dez. E o pai quase não se vê, ele tem outra família, teve outros filhos, o tempo dele só permite um encontro a cada semana e olhe lá.


Eu não sei o que é realmente fazer parte daquelas famílias tradicionais, partilhando de certos costumes, construindo aqueles belos álbuns habituais. Eu vivo em uma nova geração em que a concepção de família que predomina já é outra, em que as mães são solteiras, os filhos independentes desde cedo e os pais são uma espécie de "coelhos" insaciados - não que o meu seja assim, mas existem muitos que são. Nada é aparentemente correto. Nada é discreto. Mas isso não quer dizer que seja igualmente infeliz. Somos felizes, sim, vivendo dessa maneira diferente do que se chama de "normal". Vivemos dias que, para os "tradicionais", seriam dias correspondentes à datas excepcionais, pois comemos diariamente o que queremos nos self-services, lanchamos o que e quando desejamos no shopping, saímos para onde der vontade com a permissão de somente um dos pais, e ainda ganhamos dois presentes no aniversário e no natal, além de duplos ovos de chocolate na páscoa. Nada mal.

Talvez esse novo estilo de vida nem seja tão ruim assim. Ele parece ser até melhor... Mas eu juro que prefiro as regras claras, a comida de panela, os castigos semanais, um único presente nas datas especiais ou até mesmo assistir àquela velha briga de casal.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Violência Sexual

Audiência Pública debate violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes

O enfrentamento ao abuso e à violência sexual contra a criança e o adolescente foi tema de audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte nessa noite de terça-feira (13).

O promotor da infância e da juventude Manoel Onofre Neto, ao se pronunciar, destacou a importância da discussão acerca do assunto num estado cujo índice de denúncias anuais de violência cresceu de 53, em 2003, para 587, agora em 2008, deixando o estado como o 6º da federação em acusações de abusos contra a criança e o adolescente.


A governadora Wilma de Faria também esteve presente e, em sua declaração, afirmou que o turismo, um dos pontos mais positivos para Natal e para o RN, pode ser considerado igualmente negativo. "O turismo é ótimo para a cidade, mas traz também a parte ruim, as mazelas, que é a violência sexual". Exigências para haver uma maior participação das empresas privadas no sentido da divulgação do tema foi outro ponto bastante frisado pela governadora, que declara que a mídia, como a televisão, os jornais e as rádios, deveria fazer um trabalho de contribuição social para que se tenha uma divulgação massiva e as pessoas passem a conhecer melhor sobre a área.

Além do promotor Manoel Onofre e da governadora Wilma de Faria, a audiência contou com a presença de autoridades como o deputado Robinson Faria (PMN), presidente da Assembléia, da deputada Márcia Maia (PSB), vice-presidente, e da presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) Dra. Maria Luiza.

A "reunião ampliada" do Conanda foi o primeiro encontro nacional a acontecer no Rio Grande do Norte sobre o tema da violência sexual contra a criança e o adolescente.